Galaxy Rangers – Os cowboys siderais ciborgues

Por Jacques

A primeira vez que eu ouvi alguém falar “dna” foi assistindo a este singular desenho animado.

Tudo bem que eu não fazia a menor ideia do que o termo queria dizer, mas é o princípio que conta.

Galaxy Rangers passou na tv lá pela metade da década de 80 e contava as aventuras de um grupo de policiais espaciais do ano 2086 que pertenciam à B.E.T.A. (Bureau for Extra Terrestrial Affairs, espécie de agência criada para lidar com assuntos extra terrenos) e eram munidos de implantes ciborgues que lhes conferiam habilidades únicas.

Zachary Foxx era o mais velho (uma espécie de líder não oficial do grupo) e seu implante lhe permitia disparar uma rajada de energia de seu braço esquerdo artificial (ele havia perdido o braço em um ataque de criminosos espaciais, onde sua esposa, Lisa, foi capturada) de tempos em tempos.

Niko era a única mulher do grupo e seu implante lhe conferia habilidades telepáticas e sensitivas.

Shane Gooseman era aquele Ranger que todos queriam ser (era o bad boy do grupo), pois sua habilidade era a mais divertida; seu corpo podia assumir diversas formas diferentes, adaptando-se ao nível de ameaça do oponente.

Algo mais ou menos como um Ben 10 com um cérebro…

Doc Hartford era o tecnerd da equipe; seu implante lhe dava acesso a diferentes programas de computador em forma holográfica (semelhantes ao Cursor, do seriado Automan) que invadiam computadores e maquinário alheio para realizar diferentes funções (hoje isso é clichê, mas na década de 80, nem pensar).

O cenário das aventuras era uma mistura de Cyberpunk espacial com velho oeste.

Doc Hartford

O principal inimigo dos Rangers era a Rainha da Coroa, que pretendia governar o Universo inteiro e para isso se utilizava de pedras com capacidades psíquicas especiais (os psico-cristais) para escravizar a consciência de suas vítimas e torná-las seus servos (um psico-cristal ficava sobre o corpo da vítima e transferia a consciência dela para outro cristal, que gerava uma espécie de escravo avatar; para se libertar o escravo era necessário juntar os dois cristais).

A esposa de Zachary Foxx, Lisa, havia sido escravizada pela Rainha; eles conseguiram reaver seu corpo (conservado criogenicamente), que estava com um cristal incrustado nele (e sua remoção poderia matá-la), mas o outro psico-cristal estava na posse da vilã.

Resgatar esse cristal era a principal motivação dos Rangers, que, nas missões em campo, utilizavam cavalos robóticos que podiam alternar entre modo “quadrúpede” e modo “moto voadora”; cada cavalo obedecia somente a seu dono.

Além de abordar questões como transgenia e exploração e colonização de novos planetas (mas sem extinguir nenhuma espécie animal ou tribos inteiras, como é feito na Terra) os Rangers resolviam problemas cotidianos como naves abandonadas à deriva, caça a criminosos fugitivos, brigas por propriedade, avalanches e enchentes.

Versão atualizada dos Rangers

Além da Rainha da Coroa, eles tinham como inimigos o misterioso criminoso transmorfo Espantalho; os Super Soldados, um grupo de criminosos (que Shane Gooseman originalmente integrava) que havia ganhado poderes pela exposição a um gás experimental, entre outros dominadores do Universo de fim de semana.

Cada planeta (com diferentes níveis de desenvolvimento tecnológico) sob a responsabilidade dos Rangers tinha suas leis e código de ética próprio, mas a autoridade dos policiais era superior a elas.

Ao contrário da maioria dos desenhos mais simplistas, superficiais e maniqueístas daquela época, Galaxy Rangers apostava na inteligência e perspicácia dos jovens espectadores para diverti-los de forma instigante.

Bom para quem assistiu.