Considerações sobre Man Of Steel
Queria tecer algumas observações sobre o último filme do Superman, logicamente que tratando-se de opiniões de um sujeito, que de certa forma possui uma visão um tanto idealizada do personagem, muito em razão da influência do clássico filme de Richard Donner, de 1978, interpretado por Christopher Reeves.
Antes de mais nada, o filme atual é uma releitura do tradicional personagem da DC Comics, uma adpatação para o mundo contemporâneo do primeiro super herói, agora mais belicoso e aparentemente menos heróico, num sentido tradiconal da palavra, de certa forma mais pragmático e marcado por uma visão ideologica policialesca que toma as ações do anti-herói ou da força extrema como genuinamente eficazes diante da violência desmedida presenciada em nosso cotidiano (ainda que a ameaça que ele enfrenta seja alienígena e extrema).
Além disso, o filme reflete uma visão menos inocente de nossa juventude, que toma como modelos não mais as ações de pessoas comedidas, mas sim daqueles que buscam a vitória a qualquer custo, não se importando tanto assim com as consequências de seus atos ou com os meios utilizados para a obtenção do resultado esperado.
Se alguém discorda dessa primeira premissa e considera que não expressa a mensagem do filme, deixe-me explicar o que quero dizer com isso.
O filme procura construir um personagem, utilizando-se do velho esquema do livre arbitro em contraposição a aquilo que seria predeterminado para os indivíduos (dentro da visão de que os kryptonianos seriam predeterminados para certas funções, a exceção de Kal-El), o que é um tema comum nas histórias do super. Além disso, procura ressaltar a construção da personalidade de Kal-El, formada pelos exemplos de seu pai na terra, um sujeito extremamente virtuoso que educa o filho segundo valores de moderação, heroismo, abnegação pesoal, sacrifício em nome do bem maior e conduta pelo exemplo. Novamente, até aí, tudo de acordo com o ícone criado e definido ao longo de mais de 50 anos de histórias do personagem.
Então chegamos a grande contradição e, em minha opinião, a falha do roteiro e da direção do longa, ainda que o ator Henry Cavill tenha uma atuação bastante comedida e até muito boa no que concerne a expressão e a presença enquanto herói tradicional.
Isso porque a forma como o super age no decorrer da ação está longe do comedimento e do heroismo ensinado pelo pai Jonathan Kent no filme, visto que ele é na prática um brucutu que não se importa em destruir prédios inteiros para vencer seus adversários, mais parecendo com os personagens da famosa Image do que com o tradicional herói da DC.
Antes da ação começar, ele já havia mostrado um pouco desse viés um tanto adolescente, quando destrói o veículo de um caminhoneiro (seu ganha pão) porque o mesmo jogou bebida em seu rosto e passou a mão em uma moça qualquer (talvez Lana Lang). Como que um mero revide adolescente sem sentido, diante da suposta honra ameaçada (e devemos lembrar que em Superman II, nosso querido Clark já havia feito algo semelhante, mas em um tom de comédia, caracteristica dos filmes clássicos).
No decorrer da ação, o super chega a destruir um posto de gasolina em sua não tão querida assim Smalville, não se importanto com os frentistas que lá trabalham, apenas em tirar o vilão de perto da mãe, ou seja, mais preocupado com seu ente querido do que com as demais pessoas da cidade. Claro que aqueles mais aficcionados vão afirmar que isso é comum em HQs de heróis, ou mesmo em filmes desse gênero, tal como ocorre nos Vingadores.
Devemos lembrar, no entanto, que o super construído pelo próprio roteiro do filme deveria ser comedido, como comprova uma cena em flashback, onde ele é ameaçado por alguns adolescentes e não revida, sendo instigado pelo pai adotivo a escolha certa, ou seja, pelo bem e pela proteção dos inocentes a todo custo, pelo menos é isso que transparece a mensagem da cena.
Também não podemos esquecer que no filme dos Vingadores, muitas cenas do combate foram travadas para o exclusivo salvamento dos cidadãos comuns, seu bem estar, o que não acontece no filme do super, somente em uma cena em que ele salva um militar da super vilã genérica da vez.
Outro salvamento acontece ao final, quando ele mata o general Zod para salvar quatro ou cinco pessoas dentro de um prédio arruinado, uma cena aliás deveras forçada e inútil (visto que Zod já havia fracassado em seu plano) que poderia ser finalizada de outras tantas formas que não a morte do vilão, com o pescoço quebrado pelo super tal como se fosse uma galinha.
Alguns podem dizer que eu estaria tendo aqui uma visão purista do personagem, que ele deve sim chegar no novo milênio adaptado as demandas e visões de mundo de uma sociedade mais cínica, bla bla bla, mas acredito que ao contrário, deveríamos sempre preservar o caráter icônico dos supers heróis, na medida em que o gênero é de super heróis e não de anti-heróis, que eram minoria nas HQs até os anos 1990.
Além disso, a trilogia do Batman, de Nolan, em nenhum momento tira o caráter icônico daquela personagem, mostrando-o apenas como uma representação do anti-herói (em sua teatralidade para assustar os criminosos), mas nunca ultrapassando a linha que o separa de um vigilante qualquer . O mesmo vale para os Vingadores, que ao contrário do filme do super possui uma alma heroica em toda a sua ação, ainda que os diálogos tenham aquele cinismo dos Supremos. Até mesmo o Hulk, com sua destruição genérica não passa todo esse carater belicoso de Kal-El, o mesmo valendo para nosso cínico mor Stark, que chega a quase se sacrificar para salvar as pessoas de New York, diferentemente de nosso super, que passa mais de 15 minutos na porrada com o Zod pelos prédios de Metrópolis, sem se preocupar com as consequencias disso.
Sinal dos tempos: o Superman se modernizou e perdeu aquilo que define o super herói típico, o comedimento em suas ações, a força proporcional ao perigo enfrentado e principalmente, o bem estar das pessoas em primeiro lugar. O roteiro leva nessa direção da ação típica tradicional do velho escoteiro e na hora em que começa a respectiva ação, surge um super herói genérico a dar porrada nos inimigos, para alegria de muitos jovens e tristeza de velhos nostálgicos como eu. E a vida continua.
Em Roma… (crônica II).
O Império Romano e a história de sua aparente invencibilidade: percursos e percalços – Parte II
Foi Timeu de Tauromênio que primeiramente escreveu, em grego, um relato histórico de Roma e do ocidente, tornando-se fonte de informação para os historiadores posteriores ao século III a.C, incluindo-se o primeiro historiador latino, Fábio Pictor, bem como Políbio, escravo grego do círculo de influência dos famosos cônsules e Prínceps cipiões.
Devaneios Literários
Faço questão de divulgar aqui um excelente blog de crônicas que está fazendo muito sucesso.
http://devaneiosliterarios.blogspot.com/
Blog que, inclusive já virou livro.
Em Roma… (crônica II).
Em Roma… (crônica II).
Por Marco Antônio Collares
Na Trilha do Tempo
Menênio Agripa acordou em meio á montanha de restos de corpos destroçados na planície de Canae.
– Fora daqui, animal!! Bradou ao zéfiro, espantando um abutre que lhe bicava a têmpora.
Uma confusão de odores fétidos lhe sobrecarrega o pensamento, mas o som inaudível do nome daquele monstro cartaginês insistia em ecoar na cabeça.
-Aníbal, seu verme!! Gritou.
Como era possível o massacre em Canae? Os romanos estavam em maioria sobre as tropas da Espanha e da África, lutando por sua pátria, “na defesa de nosso maiores”, como costumavam dizer. Como era possível que 80 mil legionários treinados e disciplinados tivessem sido massacrados perante a metade das tropas bárbaras?
– Aqueles malditos Númidas!! Bradou novamente, cheio de fúria e dor, devido ao talho na têmpora e ao ferimento na orelha. Que orelha?
O Império Romano e a história de sua aparente invencibilidade: percursos e percalços – Parte I
Normalmente nos deparamos com idéias consolidadas sobre alguns fatos da história ou mesmo sobre as características de certas sociedades ou “civilizações”. O Império Romano costuma gerar interesse entre nós por vários motivos: por sua aparente estabilidade político-militar, pela ostentação de seu poder frente aos povos conquistados, pelo pragmatismo de seus líderes, pensadores e políticos, pela eficácia de suas legiões e pela capacidade estratégica de seus comandantes militares, tais como Júlio César, Cneu Pompeu, Marco Antonio ou Caio Otávio (Augusto).
As Crônicas de BenGarak: A ascensão do Guerreiro
As crônicas dos recitadores renkarianos
relatam as aventuras e duelos de Vandreas BenGarak,
que de simples filho de ferreiro da Comuna de Melkart, na Clareira Cinzenta,
tornou-se o mais reconhecido guerreiro dos domínios senhoriais do Continente Central,
até sua contenda contra Lorde Manshoon, o Cavaleiro Negro de Aturan,
entrando para o rol das lendas e mitos do velho mundo conhecido.
Dica de Romance Histórico – O Imperador, de Conn Iggulden
Estou lendo a obra de Conn Iggulden, ” O Imperador”, dividida em quatro volumes, a saber: “Os Portões de Roma”; “A Morte dos Reis”; “Campo de Espadas”; “Os Deuses da Guerra”.
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Hidromel: entre mito e história.
Um dos temas mais interessantes de estudos vincula-se ao texto, às narrativas e ao próprio pensamento histórico, aparentemente contrapostos ao pensamento e às narrativas míticas, mas que nem sempre se encontram em posições diametralmente opostas, sendo outrossim complementares entre si, cada quais com suas lógicas internas, seu caráter auto-explicativo e instrutivo.
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